TPM tem solução?

Muitas pessoas ainda acham que as alterações de humor nas mulheres no popular naqueles dias? são capricho. Ao contrário do que se pensa, a tensão pré-menstrual, síndrome pré-menstrual ou desordem disfórica pré-menstrual é um mal que atinge grande parte da população feminina.

Estudos da Organização Mundial da Saúde mostram que 35% das mulheres em algum momento da idade fértil sofrem de TPM. Infelizmente, o problema ainda é cercado de mitos. As descrições da TPM vêm desde a Grécia antiga, mas o problema só começou a despertar interesse a partir de 1931, quando iniciou-se a industria- lização e a mulher adquiriu uma segunda jornada de trabalho, além de cuidar dos filhos e da casa. Nesta fase, notou-se que as mulheres na última fase do ciclo menstrual apresentavam tensão emocional e desconforto físico. Após anos de pesquisa, a medicina ainda não chegou a uma conclusão sobre as causas da TPM. Uma coisa é certa, ela está relacionada principalmente ao metabolismo de cada uma, à variação dos dois principais hormônios femininos (estrogênio e progesterona), estresse e momento de vida da mulher.

Para identificar se tem ou não TPM, a mulher deve prestar atenção no seu ciclo. Alterações no corpo no período menstrual sempre acontecem, mas a TPM só é caracterizada como doença se seus sintomas interferirem nas atividades habituais. As mudanças ocorrem tanto na parte física quanto psíquica, normalmente de 2 a 10 dias antes do período menstrual. Ansiedade, irritabilidade, agressividade, crises de choro, tensão e dor de cabeça estão associadas ao aumento de peso da barriga, dos seios e região dos quadris. As mulheres podem ter ainda sensação de fadiga, dores musculares, dificuldade de concentração, aumento de espinhas, alteração no apetite e distúrbios do sono. Em casos mais graves, estas alterações provocam conflitos com a família e amigos, prejudicando as relações sociais e o desempenho profissional. Os médicos já têm uma boa compreensão do problema e podem oferecer medidas eficazes para acabar com esses dias de horror. É importante dizer que não existe tratamento padronizado para a TPM.

O que a medicina oferece são formas de controle dos sintomas. Cada caso deve ser avaliado individualmente e o tratamento é personalizado. Para casos mais leves, a orientação é mudança de hábitos, dietas e exercícios, associados a medicamentos leves. A paciente também pode achar apoio em massagens, acupuntura, relaxamento etc. Em casos mais graves, após avaliação multidisciplinar com psicólogo, psiquiatra e neurologista, o tratamento poderá ser feito com antidepressivos e calmantes. Medicamentos que mantêm os níveis hormonais mais constantes também podem ser indicados. Para amenizar os efeitos da TPM, as pacientes podem praticar exercícios, como caminhadas, que diminuem a tensão; diminuir a ingestão de sal, que estimula a retenção de líquidos, acarretando o inchaço; evitar alimentos fermentativos como doces em excesso, pois aumentam as cólicas intestinais; reduzir a ingestão de alimentos que contêm cafeína (refrigerantes, chocolates, café), pois eles podem aumentar a irritabilidade e a ansiedade, provocar dores de cabeça, fadiga e depressão. O importante é saber que existe tratamento e que a mulher pode melhorar a qualidade de vida com medidas simples e acompanhamento do médico. Dr. Fábio Laginha